domingo, 5 de junho de 2016


“A religião é o ópio do povo” (Marx). A política e a ideologia cumprem o mesmo papel (assim como outras paixões populares, como o futebol, por exemplo). Nos países de capitalismo exageradamente desigual, como o Brasil (atenção: o capitalismo é o melhor sistema econômico que o humano já inventou, mas ele ainda não aprendeu em todo planeta a distribuir a riqueza sem muita miséria paralela), os donos do poder (donos econômicos, financeiros, administrativos e políticos), para ocultarem a situação de injustiça brutal do sistema, frequentemente usam um truque: manipulam os sentimentos mais profundos, mais pré-históricos e mais animalescos da população,
 para continuarem explorando-a parasitariamente (assim como para permitir que suas bandas podres acumulem riquezas ilicitamente, por meio da criminalidade organizada).

A população explorada, espoliada, irada, indignada e desesperançada, que não tem acesso a nenhum padrão de qualidade de vida, quando “ferida” em seus brios, em suas convicções ancestrais, magicamente esquece suas degradantes privações materiais, sociais, intelectuais, vitais e culturais; os demagogos sabem como ninguém fazer com que a população precarizada se anestesie diante da sua péssima condição de vida, sua falta de perspectivas futuras. O engodo está em saber manipular os valores tradicionais, os moralismos familiares, a demonização das drogas, os ódios aos menores das ruas, aos camelôs etc. 

A população, quando inflamada em suas paixões mais primitivas, cai facilmente no conto do vigário. É dessa forma que os donos do poder canalizam a distribuição da riqueza para eles (sem gerar revoluções violentas).

O estratagema é infalível: é preciso divertir a patuleia e, ao mesmo tempo, envenenar as massas rebeladas, mexer com seus brios e seus “valores” sagrados ou profanos. É assim que os privilégios são mantidos muitas vezes com o dinheiro público (financiamento “amigo” junto ao BNDES, políticas fiscais de incentivo, escolas excelentes somente para as elites, medicina boa para quem tem dinheiro etc.). O dinheiro de todos custeiam as benesses de alguns. A mais perfeita manipulação
 ideológica consiste em fazer com que a classe média e o espoliado (o fracassado, o excluído, o desgraçado, o explorado, o usuário dos serviços públicos) sonhe em ser como o dominador (Lima Barreto). Os políticos populistas sabem disso muito bem.

 Para assumirem o poder, chegam a jogar o povo contra os donos do poder. Depois, como se sabe historicamente, são os interesses destes que vão predominar.

Veja, por exemplo, o que dizia o aloprado Juán Domingo Perón (em 1955): “Ou lutamos e vencemos para consolidar as conquistas alcançadas ou a oligarquia as destroçarão no final. Oferecemos a paz, e eles rejeitaram. Agora vamos oferecer a luta. 

E eles sabem que quando nós nos decidimos lutar, lutamos até o final. Esta luta que iniciamos nunca vai terminar até que nos tenham aniquilado e massacrado”. Esse tipo de visão que divide o mundo em dois está presente na tradição da América Latina (veja Fernando Mello, El País). Tanto de baixo para cima como de cima para baixo. Os populistas demagogos, para conquistarem o poder, jogam o povo contra os donos do poder. Os donos do poder, por sua vez, se servem da democracia populista, do Estado, do Direito, da Justiça e, sobretudo, dos políticos para subjugarem o povo e espoliá-lo (até à medula) por meio da má distribuição da renda, do capital, dos bons salários, da educação de qualidade, das relações sociais, do equilíbrio emocional, da cultura, dos prazeres, dos privilégios, das hierarquias, do acesso ao bem-estar etc.

É preciso manipular ideologicamente a ira das massas rebeladas, sobretudo pelos meios de comunicação, para contar com a força delas para a preservação dos privilégios das classes dominantes. O ódio delas não pode se voltar contra estas últimas (isso é perigoso!), sim, contra outros marginalizados, oprimidos (daí a guerra da polícia contra os pobres e vice-versa, o ódio contra os menores manipulado midiaticamente etc.). Essa é uma das formas de explicar o apogeu das bancadas
 fundamentalistas (da bala, da bíblia etc.) dentro do Parlamento brasileiro. Luiz Flávio Gomes
Professor

Como as coisas se repetem. O texto acima circula alguns anos passados e como se percebe nada mudou.

E nem deve mudar. Enquanto as pessoas continuarem a ser as mesmas. O mundo é o que é de acordo com as perspectivas historicas que o reveste.

A cultura os costumes a visão de mundo nas massas não mudam de um momento para outro, como gelatina a opinião publica desvanece ou se robustece de acordo com a temperatura ambiente.Não existem certeza, nem segurança de estabilidade. A unica certeza é que o mais forte predomina.

O crescente individualismo que assistimos na sociedade mundial e que atinge ao Brasil, que não escapa da lógica da globalização, é prova de que a visão da realização das preferências pessoais, em detrimento do coletivo, se tornou hegemônica no mundo... Não se tornou, sempre foi assim, desde que mundo é mundo.As sociedades contemporaneas se diferem das passadas naquilo que se refere a aceitação e obediencia ao poder vigente, hoje aparentemente as massas possuem maior ascendencia naqueles que dominam, antes a coisa era mais explicita e o explorado obedecia sem tergiversar.

Os metodos de convencimento eram muito mais truculentos e violentos, coisa que alguns regimes ditatoriais mantem vivos até hoje. A proposta do mundo ocidental foi mudar este estado de terror institucionalizado. De alguma forma as democracias ocidentais sairam-se vencedoras diante dos quadros do passado. Evidentemente que esperar que a democracia mais avançada existente em algumas regiões do mundo se torne universal, esta mais para utopia do que possibilidade efetiva. Isto não tem condições de acontecer porque a diferença é natural da raça humana, o ser humano é heterogeneo por natureza.

O mais apto se adapta com mais facilidade substituindo o inapto. Não adianta se contrariar, esta é a realidade da vida no planeta. Os legisladores de todos os tempo sempre souberam utilizar no âmbito da religião, ciências e artes, de forma que eles lhe sirvam de subsídio para o aprimoramento do povo.

A utopia socialista se esvaiu qdo se pretendeu extirpar no povo a reverencia a Divindade, esquecendo que o povo é intimamente dependente da Fé ancestral que busca num poder superior vencer as ameaças do dia a dia da existencia. O materialismo vem fracassando da mesma forma qdo defende a utopia da auto-suficiência distante do sentido mistico arcano que sempre norteou a alma humana.Qdo se corta a conexão do homem com este poder transcendental o que sobra é desesperança e revolta.

Desde a epoca do positivismo o mundo vem sendo levado na direção do materialismo, as religiões são desprezadas como ópio do povo, a religião foi trocada pelo cientificismo que muita vez lembra o fundamentalismo religioso do passado, o Estado laico se pretende justo e suficiente em satisfazer
as necessidades transcendentes do ser humano, esquecendo que o homem continua a viver em cavernas, mudou o tamanho e o conforto, mas continua a ser caverna a habitação humana. A unica certeza é a busca da sobrevivencia do dia a dia e completamente inutil o planejamento de longo prazo, basta sair dia a dia em busca da sobrevivencia defendendo-se dos predadores.

Determinados momentos da vida humana devem ser marcados com rituais cerimoniosos,a sociedade contemporanea faz exatamente o contrario, tripudia-se dos rituais, principalmente o religioso em consequencia nem a familia escapa deste desmonte irresponsavel e inconsequente, tudo é descartavel as relações são instaveis nada mais conta a não ser a necessidade de fabricar o lixo e substituir aquele que não interessa mais.

Não basta defender comportamentos bizarros, pretende se universalizar o bizarro em substituição da reverencia e da obediencia.

Neste ponto dramatico que se encontra a sociedade humana caem as mascaras e se descobre a inutilidade das utopias que não levam em conta as diferenças e heterogeneidade da natureza humana, a unica justiça possivel é a justiça da aceitação, o contario é a revolta que amiudemente tem unica e exclusivamente gerado o recrudescimento da barbarie humana com as guerras e revoluções sangrentas.

Não se pode mudar o mundo, pode se mudar o individuo, por esta razão que as nações que deram certo priorizaram a educação de seus povos em detrimento de politicas populistas e oportunistas.

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